quarta-feira, 26 de maio de 2010

(xxxxx) Nome não-autorizado


Por muitas vezes senti sua tristeza
E ao mesmo tempo,
Seu sorriso reluzia como a luz do sol
Tão forte como o seu caráter.
Sua alegria surpreendente
Mais forte que as correntezas.

Apesar de tropeços e pedras no caminho
Sua fé sempre me fez acreditar
Que quando amamos alguém
Não precisamos sempre ganhar
Basta ter sempre dentro do coração
A esperança e o carinho
Que nós queremos cultivar.

Ultimamente tenho pensado muito
Na vida que construí
Nas coisas que não realizei
Nos momentos ruins que só eu passei;
Mas vendo a sua coragem de viver
Só me fez aumentar o respeito
Que devo ter em quem me ama.

Lá num lugar distante
Sei que desejas coisas melhores
Num lugar em que o vento assobia,
Mensagens de esperança
Num lugar onde as noites solitárias
Nos convencem de que ali é o melhor lugar.

Além de não poder estar contigo
De não ter mais a chance de dizer
Que meu maior arrependimento
Foi o de não te ter.
Quero que saiba que meu respeito por ti
Está sempre guardado no meu coração
E quando a noite parecer terminar,
Lembre-se que estive com você
O tempo todo em meu pensamento...

O esgoto - Capítulo XI


Enquanto eu conversava
Com aquele pequeno garoto
Sentado em uma calçada,
Eu observava uma enorme casa
Que havia em frente

De fato, a casa era muito grande
E havia uma grande piscina
De azulejos azuis
E apenas havia cercas de arame
Cercando a enorme casa com piscina

Eu me lembro que perguntei ao garoto
O nome daquele lugar
Em cima de uma rua alta.
A rua era asfaltada, e de cima da rua
Dava para ver campos verdes.

A rua não era movimentada
Mas o dia estava ensolarado.
O pequeno garoto estava do lado
De um outro garoto um pouco maior
Porém, o outro não falou nada.

O pequeno garoto disse que o lugar
Se chamava Vila do Avion
Então, o perguntei qual era o nome
Daquela cidade em que, até pouco tempo
Andávamos de bicicleta
No dia anterior

Era de tarde enquanto andávamos
De bicicleta; quase escurecia
Porém, arriscávamos descer
Aquelas estradas altas sem asfalto
Sem freios na bicicleta

Confesso que era um grande desafio
Pois, às vezes, dava um pouco de medo
De descer e cair em algum abismo
Ou de cair no rio
Que escoava ao lado da estrada.

O sol já estava se pondo
Por isso nos apressamos.
Eu carregava um rapaz na bicicleta
E o garoto menor carregava o menor.
Resolvemos, então, voltar onde estávamos.

Quando estávamos dentro de casa,
Resolvemos ir lá pra fora
E ficamos conversando
Sentados naquela calçada alta.

Conversamos sobre algumas coisas
Inclusive sobre a piscina enorme
Que havia no vizinho da frente
E, por fim, o garoto menor
Me respondeu
Que aquela cidade se chamava Vila Nova

E enquanto eu tencionava perguntar
Qual era o nome daquele estado
Chegou, de repente, uma maca com rodas
Carregada por um homem.
Ele trazia-a rápido subindo a rua

O homem levou a maca coberta
Para dentro de casa
E me disseram que era
A Verônica que estava morta.

A morena estava muito aflita
E ela apalpava-a para comprovar
Se, de fato, ela estava morta.
Todos ficaram apavorados
E todos ficaram calados.

No entanto, eu fiquei mais aflito
Pois me lembrava de um homem
Que no dia anterior, de noite
Havia me dito que mataria a Verônica
Porém, eu ignorei o fato.

No momento, me lembrei de tudo
Aquele homem branco
Vestia casaco cinza e tinha rosto longo
E os cabelos curtos e despenteados.
E naquela noite eu o desprezei
E virei as costas para ele

Quando me lembrei
Fiquei muito assustado
E meu coração se acelerava
E fiquei com um grande pesar.

Recordei-me da notória amizade
A qual tinha com aquela garota
Loira e feliz
E a tristeza pairou
Sobre minha pessoa.

E no final de tudo
Achei um escrito
Em um papel cor de rosa
Revestido de plástico duro.
E esse escrito dizia:

“Lembranças e saudades...
De Verônica...
Que só Jeová, Rei do DNA,
Guardará em sua memória
E tornará possível
O reencontro, com a terna amiga
Que foi embora...”
- 14 de julho de 1994.

O dia em que olhei da janela

Agora estou aqui,
Depois de todas as coisas que sofri
Percebi que o sempre
Nem sempre é pra sempre
E que amar
Não é simplesmente
Uma vaidade.

E agora eu sei
Que o amor não é
Apenas a essencialidade da razão;
E sim a reflexão
Da nossa personalidade.

E com simples atos de desgosto
Ele diminui e se rompe.
Pois as coisas que a gente
Menos dá valor
Acabam nos fazendo falta,
E quando menos esperamos
Passamos a prezá-las amargamente.

E as coisas que mais
Apressamos em querer
São as que mais nos machucam,
E quando reconhecemos
Vemos o quão tolos que somos,
Por querer o que nos engana.

E quando abrimos os olhos
Para tentar achar
Os dias que passavam
Diante de nossas janelas,
Não conseguimos quando desejamos.

E quando tentamos achar
A flor e o seu nome,
Só conseguimos achar
O nosso clube de ilusão.
E passamos admitir
O quanto que erramos.

E a única coisa
Que passa a valer à pena
É o nosso erro;
Pois notamos que por meio dele
O nosso desperdício se torna
O entendimento
Das coisas escondidas
De nossos olhos.

E isso eu vi
No dia em que olhei da janela
E pude ver o quão belo
Que o céu estava...